Postado: / por Larissa Santos / em Blog

Família Martinez se reúne para acompanhar goleiro na Taça

Pai e filho defendem a camisa do Cohab 1

Por Luís Henrique Lima de Novais

 

Na segunda rodada da fase de grupos da Taça das Favelas São Paulo, realizada nos dias 21 e 22 de junho, a torcida lotou as arquibancadas da Vila Manchester, um local que se torna ainda mais especial quando os atletas avistam seus amigos e familiares vibrando por eles.

Entre gritos da torcida, ecoavam os de Dona Gilda Martinez, de 78 anos, torcedora apaixonada pelo Cohab 1, zona leste da capital. Sua motivação era o neto, Rodrigo Mansano Martinez, de 16 anos, carinhosamente chamado de “Rô”, goleiro da equipe. Ela cuidou do neto desde pequeno, enquanto os pais trabalhavam, e acompanhou de perto a rotina da escola e dos treinos, garantindo que nunca perdesse um compromisso.

E não é só pelo futebol. A avó, emocionada, relembrou um momento especial ocorrido durante a festa de 15 anos do Rodrigo em um sítio: “Quando fomos cantar parabéns eu fui me afastando, fiquei no cantinho perto da piscina. Do nada ele chega e me oferece o primeiro pedaço de bolo. Toda vez que lembro disso eu me emociono; afinal de contas sou diabética.”

Mas Gilda não é a única a vibrar na arquibancada do maior campeonato entre favelas do mundo. A mãe de Rodrigo, Adriana Mansano Martinez, de 43 anos, também acompanha os jogos sempre que pode. Mesmo tímida, Ana não perde a chance de vibrar e faz isso com estilo: à base de buzina. “Só de buzinar ele já sabe que estou aqui na torcida.”

Foto: Divulgação.

Completando o quarteto da família, lá estava Rodrigo Martinez de Oliveira, o Rodrigo pai, de 48 anos, que tentou a carreira de jogador e chegou a atuar pelo Grêmio Mauaense, mas não teve continuidade. Hoje, trabalha como preparador de goleiros no time da Cohab 1, o mesmo em que o filho defende na Taça das Favelas.

“Trabalha tudo: sentimento, coração. Não posso ficar muito em cima dele, temos outros atletas, outros goleiros. Tento levar na balança… não é tão fácil assim”, comentou o preparador de goleiros.

O jogo da vez foi contra a Favela dos Caveirinhas e terminou empatado em 1 a 1, com uma grande atuação do sistema defensivo, inclusive de Rodrigo fechando o gol. “É um combustível a mais pra mim dentro de campo”, disse o goleiro ao falar da presença da família.

Ter a família presente nos jogos é um diferencial que os Martinez carregam com orgulho, ocupando arquibancada, comissão técnica e o próprio campo.

Os próximos jogos do campeonato, organizado pela CUFA e produzido pela InFavela, acontecem neste fim de semana: o masculino no sábado, dia 28, e o feminino no domingo, dia 29, a partir das 8h, no campo da Vila Manchester.

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